Após
tramitar em regime de urgência constitucional e ser aprovado em
tempo recorde pelo Senado, o Marco Civil da Internet foi sancionado
de forma simbólica pela presidente Dilma Rousseff. A assinatura foi
feita durante a cerimônia de abertura do NETmundial,
evento internacional que acontece em São Paulo e reúne
representantes de governos de vários países para debater a
governança na internet.
No
evento, Dilma defendeu a privacidade e a liberdade de expressão na
internet. “Os direitos que as pessoas têm offline também devem
ser protegidos online”, disse a presidente. Tim Berners-Lee, o
criador da web, também elogiou a proposta, sugerindo que outros
países sigam o exemplo do Brasil: “O Brasil defende que a
governança da internet seja multissetorial, multilateral,
democrática e transparente por natureza”.
A
espionagem dos Estados Unidos, da qual Dilma também foi alvo, foi
criticada pela presidente, que chegou a cancelar uma visita marcada
para Washington e solicitar urgência na votação do Marco Civil. No
entanto, a presidente elogiou a iniciativa do governo norte-americano
em passar o controle da internet a uma administração global, uma
proposta que vem sendo requerida por vários países há anos, mas
que ganhou força no ano passado.
O
Marco Civil garante a neutralidade da rede, um princípio no qual
todas as informações devem ser tratadas de maneira igualitária.
Não é permitido, por exemplo, ofertar conexões para acesso somente
a emails ou redes sociais, nem priorizar o tráfego de determinado
serviço, exceto em caso de emergências regulamentadas por decreto
presidencial após consulta ao Comitê Gestor da Internet e à
Anatel.
Além
da neutralidade da rede, o Marco Civil estabelece que os provedores
de acesso não serão responsabilizados pelo conteúdo publicado
pelos usuários, e que os sites de conteúdo responderão por danos
gerados por terceiros caso não cumpram ordem judicial. Os provedores
serão obrigados a guardar os registros das horas de acesso dos
usuários pelo prazo de seis meses, mas não podem registrar as
páginas e os conteúdos acessados pelo usuário.
A
obrigatoriedade do armazenamento de dados no Brasil, que existia em
versões anteriores do texto e exigia que empresas como Google e
Facebook instalassem data centers no país, foi removida. Ela tinha
como objetivo proteger a privacidade dos usuários, especialmente em
tempos de espionagem dos Estados Unidos, mas o governo abriu mão da
obrigatoriedade para conseguir aprovar o Marco Civil.
Via: Tecnoblog
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