terça-feira, 22 de outubro de 2013

Revelado disco de armazenamento de dados de 1 milhão de anos

Em 1956, a IBM nos apresentou o primeiro computador comercial capaz de armazenar informações em uma unidade de disco. O IBM 305 RAMAC usava 50 discos de 24 polegadas cada, para armazenar 5 MB, um feito impressionante naquela época. Hoje, não é difícil de encontrar HDs de apenas 3,5 polegadas que conseguem armazenar 1 TB em apenas um disco. 



Apesar de toda a evolução de poder de armazenamento, uma única coisa não mudou, o tempo de vida que essa informação possui dentro de um HD ainda é de mais ou menos uma década.
Isso nos gera alguns pensamentos. Como preservaremos informações sobre nossa civilização em um tempo que a supere? Em outras palavras, qual tecnologia confiável pode guardar informações por 1 milhão de anos ou mais?




Hoje nós obtemos a resposta graças ao trabalho de Jeroen de Vries da Universidade de Twente na Holanda e seus colegas. Eles desenvolveram e produziram um disco capaz de armazenar dados por este período. Foram feitos testes de envelhecimento e mostrou que o disco é capaz de manter os dados por 1 milhão de anos ou mais.
Estas pessoas começaram com algumas teorias sobre envelhecimento. Claramente não há a possibilidade de fazer esses testes em um processo natural de envelhecimento, principalmente quando se é falado em milhões de anos.
Mas existe uma forma de acelerar o processo de envelhecimento. Com base em uma série de cálculos relacionados a teorias de envelhecimento, cientistas concluíram que, se um disco resistir durante uma hora à temperatura de 445 kelvin, tem grandes chances de durar todos estes anos.
Nos testes, os pesquisadores usam um disco com uma camada de tungstênio, um metal que pode suportar altíssimas temperaturas (necessita de 3.422 graus Celsius para se fundir) e possui baixo coeficiente de expansão térmica. Como camada protetora, aplicaram nitreto de silício, que também apresenta baixo coeficiente de expansão térmica, além de maior resistência a rompimentos.




Para registrar dados, os cientistas usaram um método de gravação que remete às formas dos QR Codes, mas em linhas com 100 nanômetros de largura. Os resultados foram satisfatórios. O dispositivo conseguiu suportar até 848 kelvin, embora tenha apresentado uma perda de dados significativas ao atingir esta temperatura.
A ideia não é fazer HDs durarem efetivamente um milhão de anos, até porque há uma série de fatores não considerados nos testes que influenciam neste aspecto, mas sim desenvolver dispositivos de armazenamento com níveis de confiabilidade suficientes para permitir a recuperação dos dados para pelo menos daqui a algumas poucas centenas de décadas.





Um comentário:

  1. O que nos faz pensar é se já não tentaram deixar informações gravadas em algum local há algum tempo. Já tivemos civilizações muito tecnológicas e pouco sabemos de sua história. Informações podem estar gravadas, quem sabe a gente ainda não sabe lê-las.

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