quarta-feira, 24 de junho de 2015

Vice presidente da Anatel diz que banda larga do governo é inexequível



O vice-presidente da Anatel, Marcelo Bechara, sustentou nesta terça-feira, 23/6, que o programa de massificação de acesso à banda larga desenhado pelo governo federal mira em metas muito altas ao ponto de se tornar inviável. Na opinião do conselheiro, externada durante reunião com deputados federais, o Banda Larga para Todos é inexequível.

internet banda larga conecta o Brasil ao mundo

Conforme anunciado pelo Ministério das Comunicações ainda no início do segundo mandato de Dilma Rousseff, a nova versão do Plano Nacional de Banda Larga buscará adicionar 100 milhões de novos acessos até 2018, além de elevar a velocidade média das conexões, atualmente abaixo de 5 Mbps, para 25 Mbps.

Na opinião do vice-presidente da Anatel, essa meta é “inexequível”. “Se nós conseguirmos fazer isso, o que eu duvido, porque não tem dinheiro para esse investimento, o consumidor não vai conseguir pagar por essa internet”, afirmou ele diante da subcomissão especial de serviços de telefonia, ligada à Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.

Ele também discorda de uma das propostas em discussão no Minicom, que analisa a inclusão do acesso à internet como serviço prestado em regime público – sujeito a metas e controle tarifário, como é o caso da telefonia fixa. “Regime público afugenta investimentos”, disse.

Para Bechara, seria melhor mudar as concessões atuais – o que na prática significa eliminá-las – negociando metas de ampliação da oferta de banda larga. “O modelo está se esgotando. O serviço de telefonia fixa perdeu valor e as receitas migraram para a internet. Para que insistir na universalização da telefonia fixa?”, questionou.  

Ainda segundo o conselheiro, um caminho mais adequado seria a redução dos tributos sobre a oferta de internet – particularmente o ICMS, que representa até 43% do preço cobrado pelo serviço. “É um absurdo o que a população brasileira paga de ICMS sobre os serviços de telecomunicações. Baixando os impostos, baixam os preços”, sustentou. 

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