A
cena é frustrante, mas bastante comum: ao comprar um celular o
usuário consegue utilizá-lo perfeitamente na rua, mas quando entra
em um ambiente fechado o aparelho fica sem sinal. Um conceito chamado
small cells, pequenas antenas usada para ampliar o sinal da rede de
celular, promete solucionar o problema. Para detalhar como funciona a
tecnologia, o TechTudo conversou com Roberto Medeiros, diretor de
Desenvolvimento de Produtos da Qualcomm, empresa fornecedora dos
chips para as small cells.
Small
cells: voz e dados com melhor qualidade
Espalhadas
pelas cidades, as grandes antenas são as responsáveis pela
comunicação, tanto de voz quanto de dados, dos dispositivos móveis.
Mas com cada vez mais aparelhos necessitando de sinal, é preciso uma
quantidade maior de antenas para suprir a demanda do consumidor. É
aí que entram as small cells, pequenas antenas que funcionam de
para melhorar a cobertura do sinal.
As
small cells possuem três aplicações principais. “Elas podem ser
usadas em hotspot, em locais de aglomeração de pessoas, como em
estações de metrô; em grandes empresas e também para uso
doméstico”, explica Medeiros. O aparelho para o uso em casa
comercializado pelas operadoras de telefone nos Estados Unidos é
parecido com um roteador Wi-Fi e custa menos de US$ 200 (R$ 445, em
conversão direta).
Explosão
de dados e o dilema das operadoras
Já
percebeu quando há uma aglomeração muito grande de pessoas –
como o Réveillon de Copacabana ou jogos de futebol, por exemplo –
a conectividade do smartphone fica prejudicada? Isso acontece porque
as antenas instaladas no perímetro do evento não suportam o grande
volume de troca de informações dos dispositivos. Se por um
lado se vende smartphones e tablets como nunca, por outro o grande
desafio das operadoras é criar infraestrutura suficiente para
atendê-los.
Apenas
no período entre 2011 e 2012 foram registrados 40% mais aparelhos do
que no ano anterior. Com isso, o tráfego tende a subir
consideravelmente. “Nos próximos dez anos esperamos o crescimento
de até mil vezes no consumo de dados dos dispositivos móveis”,
projeta Medeiros. Grande parte deste aumento está relacionado a
popularização de serviços de streaming de vídeos, como
o Netflix e
o TwitchTV.
O
uso doméstico das microantenas no Brasil esbarra na legislação. De
acordo com Medeiros, a Anatel impede que usuário comuns tenham
antenas de transmissão de celular em casa. “O órgão regulador
entende que as microantenas prejudicaria de alguma forma o sinal das
antenas maiores”, diz.
Segundo
o executivo, a tecnologia atual das small cells não é capaz de
interferir no sinal macro das operadoras de celular. “A tecnologia
evoluiu e faz com que os aparelhos funcionem de forma independente,
em frequência controlada”, explica.
Outra
barreira que impede a expansão das small cells é a questão
comercial. Toda antena de transmissão em funcionamento no Brasil
paga uma taxa anual ao governo e as operadoras são responsáveis
pela manutenção, o que, em caso de adoção das smart cells,
acarretaria em um custo maior para as empresas.
Fonte
de grande parte das reclamações dos donos de smartphones, o sinal
das redes 3G e 4G pode melhorar consideravelmente no Brasil, caso a
tecnologia seja adotada por aqui.
No
futuro, as small cells podem ser vendidas como diferencial das
operadoras, mas para sucesso, tudo dependerá do preço a ser cobrado
para os consumidores.
Fonte: Tech
Tudo
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