O
governo esperava terminar 2013 com 4 milhões de celulares 4G, porém
apenas 1,3 milhão conta com a tecnologia.
A
realidade é que embora 80 cidades contenham a moderna cobertura de
telefonia celular 4G e os principais municípios do País já tenham
cobertura 3G, e mesmo com os investimentos para a Copa, a maior parte
dos brasileiros ainda utiliza 2G.
Segundo
o Presidente da Agência Nacional de Telecomunicação (ANATEL), João
Rezende, isso deve mudar a partir de junho, quando os celulares 3G
devem superar os 2G no País.
Talvez
o que possa explicar a “preferência” pelo 2G, seja o alcance da
cobertura, pois o 2G alcança todos os municípios brasileiros,
enquanto que o 3G chega a 90% da população nacional, 3.473
municípios.
De
acordo com a Anatel, o País encerrou o ano de 2013 com 159,7 milhões
de telefones celulares 2G, enquanto os 3G ficaram em 94,8 milhões.
Mas, no início de 2013, a vantagem numérica do 2G sobre o 3G era
bem maior: 194,7 milhões contra 53,9 milhões. Nota-se que ao longo
do ano de 2013 a tecnologia 3G cresceu 75,9% em número de usuários,
enquanto a 2G perdeu 17,9% de seus clientes.
“Em
junho deste ano, o 3G deve ultrapassar o 2G em quantidade de
telefones”, afirmou, em entrevista ao Estado. No ano passado, 3
milhões de usuários por mês trocaram o aparelho 2G pelo 3G. “A
migração foi acelerada.”
Rezende
destaca duas variáveis como responsáveis pela mudança. A primeira
é o aumento da competição entre as teles, que diminuiu o preço
dos aparelhos e pacotes 3G. A segunda é o crescimento da renda dos
brasileiros, que, com mais dinheiro, investem em celulares com acesso
à internet.
“Esse
aumento no número de usuários 3G exige cada vez mais investimentos
em infraestrutura e banda por parte das empresas para que não
tenhamos problemas com qualidade nos serviços”, afirmou.
Desde
junho de 2012, quando as vendas de novas linhas foram suspensas pela
Anatel, as teles são fiscalizadas trimestralmente pelo órgão
regulador. Outro fator que deve acelerar essa tendência é o leilão
da faixa de 700 MHz, que vai oferecer 4G. Na licitação, que deve
ocorrer no primeiro semestre deste ano, o governo pretende obrigar as
companhias a antecipar as metas do 3G. Para alguns dos cerca de 2 mil
municípios ainda sem cobertura, o prazo vai até o fim de 2019. A
ideia é encurtar este período, para 2016 ou 2017.
Já
a tecnologia 4G deve demorar mais tempo para se popularizar. A
cobertura, que começou em maio nas seis cidades-sede da Copa das
Confederações, encerrou o ano de 2013 com 1,3 milhão de celulares
em todo o País. Cerca de 200 mil por mês migram do 3G para o 4G,
mas, em dezembro, foram 400 mil a mais.
O
número é mais modesto do que previa o governo. Rezende acreditava
que o ano se encerraria com 4 milhões de usuários no 4G. O ministro
das Comunicações, Paulo Bernardo, achava que esse número seria
ainda maior. Parte disso pode ser explicada pelo valor do aparelho,
que ainda custa mais de R$ 1 mil. “Ainda estamos com uma adesão
tímida, mas isso é um processo que ganha escala à medida que a
cobertura aumenta e que o preço dos aparelhos cai”, afirmou
Rezende.
A
partir de 31 de maio deste ano, as companhias terão de oferecer 4G
em todas as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes. “Com
certeza, com cobertura maior, o número de usuários também deve
crescer mais.”
Segundo
o diretor executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e
de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), Eduardo Levy,
faltam apenas nove municípios para chegar a essa meta: Aracaju,
Duque de Caxias, Feira de Santana, Londrina, São Gonçalo, São
Luís, Teresina, Porto Velho e Rio Branco.
Via: Estadão
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