sexta-feira, 25 de outubro de 2013

MARKETING INDUSTRIAL - O segredo das marcas fortes

O ranking anual BrandZ da consultoria americana MillwardBrown, divulgado em maio/13, revela que as marcas Apple, IBM, UPS, Marlboro, General Electric e SAP estão entre as 20 mais valiosas do mundo. Somando o valor das seis marcas, as cifras ultrapassam os 500 bilhões de dólares. Somente na América Latina, as marcas Corona, Petrobras, Skol, Ecopetrol e Itaú figuram entre as dez mais valorizadas.
No Brasil, especificamente no mercado industrial, a Pesquisa Nacional de Preferência de Marca, realizada anualmente por NEI Soluções com uma parcela de sua audiência, mapeia as marcas preferidas pelos profissionais que participam do processo de compras das principais unidades industriais do País - responsáveis por mais de 80% do PIB industrial nacional. Da pesquisa é gerada a edição especial NEI Top Five, publicação anual que divulga as cinco empresas preferidas pelo mercado industrial em mais de 400 categorias de produtos. Centenas de companhias foram eleitas Top Five ao longo dos 22 anos da publicação, porém somente cerca de 90 conquistaram o selo Top Five por 20 anos ou mais. Dentre elas, estão a 3M, SEW Eurodrive, Starrett, Tapmatic, Orion, entre outras.


Construir e manter uma marca entre as mais valorizadas e/ou preferidas pelo público certamente não é tarefa fácil. É preciso ultrapassar a simplicidade das estratégias baseadas nos 4Ps de marketing (Produto, Preço, Praça e Promoção). De acordo com especialistas, a marca de uma empresa engloba tanto a reputação tangível (bens, faturamento...) como os atributos intangíveis relacionados a ela, como potencial futuro de sucesso, capacidade de inovação, retenção de talentos, atitudes, valores, percepções internas e externas, entre outros. Sejam eles tangíveis ou intangíveis, todos esses aspectos devem ser cuidadosamente trabalhados em prol da marca. Segundo o Estudo de Hábitos 2013, realizado com especificadores e compradores de máquinas, equipamentos e serviços industriais, a cada 10 respondentes, 8 consideram importante a marca na hora de escolher fornecedores. Já a pesquisa Feira de Negócios 2013, realizada com visitantes da principal feira de máquinas-ferramenta da América Latina, a Feimafe 2013, revela que, ao buscar fornecedores, 65% dos internautas clicam em primeiro lugar nas marcas que conhecem. Ambas as pesquisas são realizadas anualmente por NEI Soluções.
Boas práticas para construir e sustentar marcas fortes no mercado industrial:
Treinamento
Na indústria, marketing é responsabilidade de todos os profissionais de uma organização, já que em cada contato com o cliente, fornecedor, colaborador, imprensa ou stakeholders constrói-se positiva ou negativamente o valor da marca, do produto ou do serviço industrial. A orientação é de Afonso Carlos Braga, professor de gestão empreendedora e marketing business to business – B2B no curso de engenharia de produção do Instituto Mauá de Tecnologia. Para o docente, nos mercados industrial ou de serviços, o marketing deve ser incorporado desde os processos de pré-venda até os de pós-venda, passando ainda pelos serviços de distribuição, assistência técnica, manutenção e reposição. “Nesses segmentos, em contraste com os de bens de consumo, efetivamente o relacionamento assume grande importância”, avalia, enfatizando ainda que detalhes como apresentação apropriada de orçamento e boa assistência técnica elevam o nível de satisfação do cliente, fazendo-o adquirir outros produtos ou serviços. Já mau atendimento e pormenores, como veículo batido e uniformes rasgados, podem afastá-lo definitivamente.
Todos os funcionários da organização devem estar cientes da importância de suas atitudes. Um exemplo de boa prática de marketing industrial, citado pelo professor, é praticado pela Intel, uma das principais empresas de tecnologia do mundo. Há forte investimento em treinamento e técnicas de marketing para que cada funcionário execute bem seu papel, pois isso constrói a marca. Para embarcar no desafio de disponibilizar os canais de relacionamento Twitter e Facebook, por exemplo, a Intel investiu durante nove meses em treinamento e infraestrutura (tempo e dinheiro). “Sempre que o cliente quiser saber algo sobre os produtos da companhia, receberá as informações no tempo em que essa nova mídia digital demanda, ou seja, em poucos minutos”, conta.
Comunicação
O valor de uma marca conhecida é apontado na pesquisa da Yankelovich Partners, consultoria americana especializada em marketing, como fator decisivo para o sucesso de uma empresa. O levantamento diz que, se uma marca é forte, as pessoas preferem seus produtos e pagam mais por eles, recomendam ao mercado e acreditam na credibilidade dos produtos mesmo em tempos de crise.
Segundo a Feiras de Negócios 2013, dos profissionais que pesquisam e identificam produtos ou fornecedores pela internet, 65% clicam em links de marcas conhecidas, 28% clicam nos primeiros da lista e apenas 7% clicam nos links patrocinados, ou seja, conhecimento prévio da marca é quase três vezes mais importante que o posicionamento na lista do resultado de busca.
A mesma pesquisa ainda revela que 87% dos especificadores/compradores usam revistas industriais para conhecer e identificar novos produtos e fornecedores e 100% contatam diretamente o fornecedor quando precisam de mais informações sobre os produtos, sendo o site da empresa o principal meio de contato (76%). Ao acessar o site do fornecedor, 94% dos especificadores e compradores industriais buscam especificações técnicas e 82%, catálogos técnicos. Ter um site preparado para atender as necessidades desses profissionais é fundamental para participar do processo de compras. E ajuda a fidelizar a marca.
Os números refletem a importância do investimento em comunicação off-line e on-line. O estudo Feiras e Negócios 2013 mostra que 100% dos especificadores/compradores industriais utilizam mais de uma fonte para manter-se atualizados e buscar fornecedores. Hoje, para atender um público cada vez mais multimídia, a empresa deve destacar e integrar sua marca em diversos meios de comunicação: revista, site, redes sociais, tablet, mobile, assessoria de imprensa, feiras e eventos. É preciso também trabalhar continuamente o marketing de relacionamento com seus stakeholders e criar estratégias relacionadas à responsabilidade social e ao meio ambiente. Devido à memória mutável do cliente e ao excessivo número de comunicações às quais ele está exposto diariamente, essas divulgações precisam ser realimentadas permanentemente.
É por tudo isso que investir na reputação de uma marca pode ser a linha divisória entre o sucesso e o fracasso de uma empresa.
O mix de marketing
Por fim, não menos importante, é orientar-se pela teoria universal dos 4Ps de marketing (Produto, Preço, Promoção e Praça), mas praticar, principalmente, o mix de marketing. Criado em 1964 por Neil H. Borden, professor emérito de marketing e propaganda da Harvard Business School, a metodologia (versão detalhada dos 4Ps) destaca 12 conceitos fundamentais para construir e manter uma marca forte. São eles:
1. Planejamento de produto: qual é o novo produto, design e/ou qualidade a ser oferecidos? Para quem, onde, quando e em qual quantidade?
2. Preço: políticas e processos para definir preços, tabelas e margens de lucro.
3. Branding: procedimentos para definir a marca corporativa, do produto e genérica.
4. Canais de distribuição: esforços relativos a venda direta/indireta, varejo/atacado e parcerias com o comércio/distribuidores/revendedores.
5. Venda pessoal: organização dos processos de vendas pessoais, tanto para varejistas quanto atacadistas.
6. Propaganda: quanto será investido em publicidade? Em quais canais de comunicação? Como o produto e a imagem corporativa devem ser vistos pelo consumidor, revendedor e stakeholders?
7. Promoção: planos especiais de vendas para o revendedor, consumidor, clientes fiéis, etc.
8. Embalagem: formato, rótulo, estilo e material.
9. Display: estratégias para garantir a exposição dos produtos nos pontos de vendas.
10. Serviços: o que é, como será executado e quais serão os diferenciais dos serviços oferecidos.
11. Manuseio de inventário: políticas e processos de estocagem e transporte.

12. Pesquisa e análise: levantar e analisar pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças, tanto da sua marca quanto das marcas concorrentes.


Crédito: Artigo escrito pela Central de Geração de Conteúdo de NEI Soluções.





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